Homilia Semanal | VI Semana da Páscoa

  

ARQUIDIOCESE DE
BELÉM DO PARÁ
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Homilia Semanal
para a VI Semana da Páscoa
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Laudetur Iesus Christus! 
“Fazei o que Ele vos disser!”

Diletíssimos diocesanos, regozijemo-nos todos no Cristo que nos deu ontem a graça de um novo pastor para a sua Igreja Militante! Eis que da loggia de São Pedro surge a resplandecente imagem do Santo Padre, o Papa Gabriel, que sob a intercessão de São Gabriel Arcanjo e a assistência do Divino Espírito Santo, governará com sabedoria o povo de Deus e reinará sobre todo o orbe habbiano.

“Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada”, proclama assim o Bom Jesus no Evangelho deste 6º Domingo da Páscoa, que será o objeto de nossa meditação. As Escrituras, no dia de hoje, preparam a nossa alma para a reflexão de três mistérios de nossa fé: a habitação divina na alma em estado de graça, a observância dos mandamentos e a solenidade de Pentecostes.

Quando Nosso Senhor Jesus Cristo pronuncia que há de fazer morada na alma daquele que O ama, Ele nos afirma, com a autoridade que Lhe é devida, que Deus habitará de uma forma especial naquelas almas que estão em estado de graça. Nesse sentido, ensina-nos o Catecismo de São Pio X que um indivíduo, para se encontrar em estado de graça, deve estar com a consciência limpa de todo pecado mortal, isto é, de todo descumprimento grave dos 10 mandamentos. Quando uma alma procura conservar tal estado - e assim quer Deus para todos os seres humanos - ela evidencia um amor maior por Nosso Senhor, que a retribuirá se fazendo nela uma presença especialíssima: a de amigo.

É tão bela uma alma em estado de graça - diz Santo Afonso Maria de Ligório - que o Senhor se compraz nela e a elogia amorosamente: “Como és formosa, minha amiga, como és formosa!” (Ct 4,1).

Sim, caríssimos diocesanos, é o Altíssimo quem desceu dos Céus e se fez carne para ser nosso amigo íntimo e indivisível! Como não poderia nós, reconhecendo nossa miserabilidade, não rejeitarmos o pecado, a vida desordenada, as paixões do mundo e as ideologias do século para criarmos um laço único de amizade com Cristo? Alguém poderia se perguntar: mas será se é necessário tanto para que tenhamos uma amizade sincera com Deus? Responde, então, o mesmo Evangelho: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra (...) Quem não me ama, não guarda a minha palavra.”

Eis o segundo mistério de nossa meditação: os verdadeiros amigos da Santíssima Trindade são aqueles que cumprem a Sua palavra, isto é, os mandamentos divinos. “Quem não me ama, não guarda a minha palavra”, diz claramente o Senhor, fazendo-nos concluir que, efetivamente, nós só nos dispomos a viver em amizade com Jesus quando rejeitamos a vida de pecado. Não são verdadeiros amigos de Deus aqueles que estão obstinados em sua vida de pecado. Lembrem-se, meus filhos: aquilo que Nosso Senhor nos oferece é maior do que todo apego mundano: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo”. O primeiro passo, então, que devemos nos empenhar em dar para lograrmos a verdadeira amizade com Cristo é abjurar os nossos pecados e nos esforçar para combatê-los.

Para nos atrevermos a dar esse passo, precisamos estar municiados de vida de oração. Ora, é por meio da oração que conseguimos tudo quanto necessário para a nossa salvação, logo, também será através dela que Deus nos dará as forças necessárias para lutarmos contra o estado de pecado mortal: que nos tira da in-habitação divina e nos priva da amizade com Ele.

Recordemo-nos, amados, que presença é sinônimo de doação! Quando olhamos a Cristo presente nas espécies eucarísticas, estamos ao mesmo tempo vislumbrando o Seu ato de doação: Ele está no sacrário pois Se doou inteiramente a nós. Portanto, não estão no reto caminho aqueles que pensam que poderão desfrutar da amizade de Jesus sem se doarem a Ele, uma vez que a amizade é uma relação de correspondência mútua, um caminho de ida e volta. Por isso Deus dedica sua presença de forma especíifca para aqueles que são Lhe são recíprocos: as almas em estado de graça.

Por fim, profetiza Nosso Senhor Jesus: “Mas o Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito”. Aqui se faz alusão àquela promessa de Nosso Senhor, onde Ele diz: “Eis que estarei convosco até os séculos sem fim”. A diferença é que agora Ele ratifica a presença do Espírito Santo - na vida apostólica - que ainda seria enviado quando estes apostólos e Nossa Senhora se reunirem no Cenáculo, isto é, em Pentecostes. Dessa forma, o Evangelho nos chama atenção para os dois tipos de presença da Santíssima Trindade: nas almas em estado de graça e na Igreja, por meio da efusão do Espírito Santo em línguas de fogo.

O espírito, diletos filhos, que devemos adotar ao meditar os mistérios desse Evangelho é de generosidade e vígilia. Generosidade para sermos recíprocos aos apelos de Deus que pede a nossa doação para Se fazer efetivamente presente em nossa alma, e vígilia para preparamos a nossa alma para a grande festa de Pentecostes, preconizada na liturgia de hoje e que acontecerá no próximo domingo. Para ambas as coisas, precisamos fazer um ato de fé: a oração íntima, para que tomemos consciência da presença de Deus em nós e imploremos as graças para melhor vivermos a solenidade do Espírito Santo.

Não nos esqueçamos que a generosidade se dá também, de maneira muito especial, no acolhimento dos irmãos que chegam até nós. Falamos tanto de presença, mas muitas vezes nos esquecemos que Cristo também está presente no semblante do próximo. A amizade divina de Deus se manifesta pela paz e concórdia entre seus filhos, que pela harmonia concretizam Seu amor. Sendo assim, que possamos também zelar pela convivência fraterna dos filhos dessa amadíssima arquidiocese. Que a Paz e o Bem estejam arraigados em nossos corações.

Nossa Senhora de Nazaré, rogai por nós.

O.F.M

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